O nadador Daniel Dias, herói olímpico brasileiro, com 27 medalhas em paralimpíadas e vários recordes pan-americanos e mundiais, apresentou aos integrantes do Colégio de Presidentas, Presidentes, Corregedoras e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho (Coleprecor) o programa de saúde mental e qualidade de vida que aplica em tribunais brasileiros, chamado JurídicaMente.
Acompanhado de Paulo Pan, especialista em promoção de saúde e qualidade de vida, Daniel relatou momentos difíceis de sua carreira e os mecanismos de superação de dificuldades e manutenção da sanidade mental em ambiente competitivo, de alta performance e alto nível de cobrança, estabelecendo paralelos com as circunstâncias de trabalho e carreira de magistrados e servidores.
“Por vezes focamos na saúde física, mas ser atleta me mostrou que a parte física é apenas 5%. O que comanda é a saúde mental, e foi o que fez diferença na minha vida”, disse o nadador.
“As pessoas estão precisando ser ouvidas. Isso não é diferente para os magistrados. Quando atendemos individualmente, 70% das pessoas choram, pelo simples fato de serem ouvidas”, contou Paulo Pan. Segundo ele, o JurídicaMente é um programa de 12 horas de curso, dividido em dois dias, mais um terceiro dia de experiências práticas, em campo, que dependem dos objetivos de cada tribunal, com foco em saúde mental.
Medalha
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Lelio Bentes Corrêa, que assistiu à palestra, disse que Daniel “é sem dúvida exemplo para todos nós, mas acima de tudo evidencia o quanto ainda precisamos evoluir na sociedade brasileira, para construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva, fraterna e justa”. O ministro entregou ao atleta a Medalha dos 80 Anos da CLT, “que revolucionou o nosso país”.
Para a coordenadora do Coleprecor, desembargadora Ana Carolina Zaina (TRT-PR), “o exemplo de Daniel Dias, esse menino sorriso, inspira-nos a avançar continuamente na direção da inclusão de todas as pessoas, em todos os ambientes da vida social, e reforça, também, nosso olhar para as questões de saúde mental em nossos tribunais, que devem ser enfrentadas, com sensibilidade e decisão”.